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Umbandaime

Foto: Alisson Duarte

Nossa Senhora da Piedade – primeiro espaço dedicado a trabalhar a linhagem da Umbanda que, muito rapidamente caiu no gosto popular do brasileiro, tendo em vista a proximidade das entidades com a realidade cultural do país, bem como o sistema das consultas, aconselhamentos e receituários oferecidos pelos mentores espirituais. A Umbanda surgiu, portanto, da necessidade de agregar ao panteão religioso do catolicismo, do kardecismo e do candomblé as falanges espirituais dos Pretos Velhos, Caboclos, Marinheiros, Boiadeiros, Baianos e demais divindades nacionais.

Por sua vez, o encontro efetivo da Umbanda com a Doutrina do Santo Daime esteve diretamente vinculado à figura do Padrinho Sebastião. É claro que a presença da umbanda ou de um sincretismo advindo da pajelança ou do catimbó já se manifestava no hinário e nos trabalhos espirituais do Mestre Irineu, mas isso ainda acontecia com discrição e sem explorar a possessão por parte dos integrantes dentro das sessões. Daí a relevância do Padrinho Sebastião na intensificação desses diálogos com a prática ritualística da Umbanda.

Sebastião Mota de Melo, antes de conhecer o Santo Daime, já havia realizado a sua iniciação espiritualista no kardecismo. Trabalhava na linha de cura, incorporando o espírito do médico Dr. Bezerra de Menezes e do Prof. Antônio Jorge. Acometido por uma doença, foi levado ao encontro do Mestre Irineu, que passou a lhe medicar com o chá do Santo Daime. Assim que teve contato com a bebida e com a ritualística da Doutrina, Sebastião Mota passou a ser um seguidor do Mestre. Entretanto, sua formação espiritualista precedente acabou levando-o a outro caminho, diferente daquele pautado por Irineu Serra.

O Padrinho Sebastião, como foi chamado por seus companheiros de doutrina, fundou, então, em 1974, o CEFLURIS (Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra), com o objetivo de propagar pelo Brasil a Doutrina do Santo Daime aliada à tradição da umbanda, o que se intensificou cada vez mais graças aos encontros que o Padrinho Sebastião começou a travar. Nos anos 80, o Padrinho começou a viajar pelo Brasil para propagar a Doutrina, novos contatos intensificaram sua proximidade com a Umbanda. Nesse contexto, merece destaque a figura da Mãe de Santo Baixinha, que conheceu a ayahuasca e começou a frequentar as primeiras casas do Santo Daime abertas no RJ: o Céu da Montanha, em Visconde de Mauá, dirigida por Alex Polari; e o Céu do Mar, em São Conrado, dirigida por Paulo Roberto. Nessas casas, com a confiança dos dirigentes, Baixinha começou a fazer a introdução das linhas da Umbanda, casando assim, as giras umbandistas com o calendário e as práticas daimistas. A proximidade do Padrinho Sebastião com a Baixinha e seu mentor espiritual, o Caboclo Tupinambá, efetivamente legitimaram a união dessas duas correntes espiritualistas do país, levando a propagação dessa linha de cura a outros espaços, como a própria casa criada pela Baixinha e seu marido Marcelo Bernardes, em Lumiar, além de outros espaços como o Reino do Sol, em São Paulo, dirigido por Gê Marques, e a Fraternidade Kayman, em Minas, fundada por Robspierry Caetano.

Quando Robspierry Caetano e Pai João de Aruanda conheceram a Baixinha e o Cabloco Tupinambá imediatamente uma grande identificação ocorreu, pois os quatro desenvolviam seus trabalhos dentro de uma mesma linhagem, capaz tanto de acolher a sabedoria do legado africano traduzido pela Umbanda quanto de abraçar a vertente de cura e expansão de consciência presentes na Doutrina do Santo Daime. Quando esse encontro se deu, o Padrinho Sebastião já havia feito a passagem. Mas quem passou a representá-lo e também era um forte aliado no país para fundamentar a união entre a Umbanda e o Santo Daime foi Chico Corrente, que se transformou em padrinho espiritual da Fraternidade Kayman, oferecendo ao Pierry os primeiros litros de daime para a realização das cerimônias dentro da vertente do Umbandaime.

O Jardim dos Orixás, fruto da Fraternidade Kayman, apresenta-se, portanto, como um espaço que reitera e dá prosseguimento ao caminho aberto pelo Padrinho Sebastião: o caminho do umbandaime, que emprega o Santo Daime como um aliado espiritual capaz de ampliar e harmonizar todas as correntes espiritualistas, pois quem consagra essa bebida reconhece como o “sagrado” não se constitui como um paradigma a ser seguido; o “sagrado” é simplesmente a manifestação da natureza do homem aliada à natureza do universo, é a harmonia da consciência pessoal com a “Consciência” de todas as consciências. E para isso não há receituário religioso pronto, há apenas a manifestação do Amor que o Santo Daime desperta no coração dos homens, no consciente coração dos homens, no humano e cordial coração dos homens.

O termo “Umbandaime” foi cunhado para expressar a fusão de dois universos religiosos nascidos no Brasil: a Umbanda e o Santo Daime. Universos que são em si, uma fusão profunda de vários outros caminhos espiritualistas, o que evidencia incontestavelmente a riqueza desse país, capaz de englobar, antropofagicamente, várias vertentes espiritualistas, forjando, assim, um rico panorama de nosso sincretismo.

A Umbanda, enquanto linhagem espiritualista está associada à figura do médium Zélio Fernandino de Moraes, que no dia 15 de novembro de 1908, ao ser atendido em uma casa kardecista do RJ, a Federação Espírita de Niterói, acabou por receber a manifestação de entidades indígenas e negras. O dirigente da mesa solicitou o afastamento de tais espíritos, julgando-os atrasados e obsessores. A partir desse episódio, o médium Zélio Fernandino de Moraes deu prosseguimento aos seus trabalhos com o Caboclo das 7 Encruzilhadas e com Pai Antônio, os mentores que havia recebido no trabalho kardecista. Com  o  tempo,  fundou  a Tenda  Espírita   

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               Orientações para visitar o Jardim dos Orixás

 

O Jardim dos Orixás, fica localizado em um vilarejo chamado Barão de Guaicuí, município de Gouveia/MG, há 280 km de Belo Horizonte, 20 km de Gouveia e há 25 km de Diamantina.

 

O local conta com uma estrutura mínima para nos receber, contamos com espaço somente para acampamento nos dias dos trabalhos. O Jardim dos Orixás não está aberto para hospedagem fora dos dias de atividades.

 

O vilarejo conta com uma pousada para quem deseja ficar mais dias e oferece um pouco mais de conforto, Pousada da Nice (38) 99868-2376, entre em contato e faça sua reserva.

 

Não temos sinal de telefone e internet.

 

Para nos visitar ou participar de nossas atividades você terá que obrigatoriamente comunicar sua vinda pelo zap (38) 99886-5206, Pierry ou Ana Carolina.

 

Se você for convidar alguém para nos visitar e for a primeira vez que esta pessoa irá tomar o Santo Daime, a mesma deverá ser apresentada ao Pierry para uma entrevista com antecedência.

 

Seja bem vindo!!!

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